FELIPE GÓES
Artist engaged in art projects in Brazil and abroad.
Felipe Góes
OCASO
Galeria Virgílio - 8/6 a 20/7/2016
curadoria: Douglas de Freitas
Mas o domínio da luz e da cor
é o que de fato Felipe Góes nos apresenta através de suas pinturas. São esses
distintos ocasos que ele quer mostrar, nos fazendo perceber as diferenças e
semelhanças de viver um dia após o outro, de olhar uma paisagem após a outra.
OCASO
Galeria Virgílio - 8/6 a 20/7/2016
curadoria: Douglas de Freitas
Ao chegar o fim da tarde, o ocaso (ou lusco-fusco), aquele
momento onde a luz do dia se confunde com a luz da noite, traz uma gama de
cores diferentes, cada pôr do sol é único, mergulha a paisagem em uma luz
específica, que encanta, ao mesmo tempo em que confunde o nosso olhar. Essa
sensação faz com que os poucos minutos de duração do ocaso se estendam, pelo
incomodo e pela beleza, mudando nossa percepção de tempo.
Ocaso, que também é o título da exposição de Felipe Góes, é
onde o artista faz lembrar exatamente as diferenças e semelhanças de todos dias,
de todas as paisagens. É evidenciar na pintura como essa luz específica inunda
nossa memória, e como a memória reproduz essa luz. O que Felipe apresenta
parecem ser registros desses momentos, uma espécie de catalogação dessa paleta
levantada a partir da memória dessa luz, e desse tempo em suspensão específico.
Não é a toa que que os títulos de suas obras não recebem nomes, mas sim
números, é a criação de um inventário de paisagens, nenhuma delas precisamente
real, registrada pelo artista, mas todas passíveis de existir.
Colinas, alagados e vegetações se alinham nas pinturas do
artista afim de configurar um cenário iconográfico da paisagem, que flutuam
entre o turbilhão da paisagem romântica e a metafísica, entre William Turner e Giorgio
de Chirico. Não há na pintura registro, essas pinturas são esforços de elevar a
paisagem ao universo impreciso da
memória. É fazer lembrar de luzes especificas, de lugares que nos pertencem mesmo
que, por nós, nunca tenham sido visitados. É o embate com a paisagem mediada
por um universo de impressões e sensações advindas da construção de um
imaginário comum da paisagem, e da noção de representação dela na história da
arte.
Suas pinturas surgem como a própria memória, algumas mais
duras e precisas, outras mais moles e fluidas. Não há caminho certo, há sim um
certo desencaixe, evidenciado pelo artista em pequenos desencontros, onde a
linha do horizonte deixa de se alinhar. É o que evidencia a construção do
artista, do querer que seja, e mesmo sem estar certo de que aquelas paisagens
existam, fazer elas existirem. É como se elas estivessem emergindo da nevoa,
tomassem certa forma a partir da vontade de ser eternas e físicas, apesar de
etéreas.
Felipe Góes participa da exposição coletiva Mapping Spaces: Carte Blanche, Selections from the Kentler Flatfiles
Curated by Dita Amory, Acting Associate Curator in Charge, Lehman Collection, Metropolitan Museum of Art
De 12/6 a 24/7/2016
Kentler International Drawing Space
353 Van Brunt St, Brooklyn, NY, EUA.
Artists: David Ambrose, Cynthia Back, Ken Buhler, Beth Caspar, Gail Flanery, Felipe Góes,
Keiko Hara, Carter Hodgkin, Meredith Hoffheins, Katherine Jackson, Kumi Korf,
Jiri Kornatovsky, Karen Helga Maurstig, Jim Napierala, Florence Neal, Susan Newmark,
Paula Overbay, Beverly Ress, Taney Roniger, Donna Ruff, Andra Samelson, Claudia Sbrissa,
Robert Schwinger, Audrey Stone, Martin Zet.
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